Estudo: os atributos de Deus 3

4 de janeiro de 2017


Prosseguimos com o estudo a respeito dos atributos morais de Deus:



Bondade:


Esse atributo é bastante generalista, mas há a possibilidade de diferenciar seus aspectos levando em conta o proposito deles (sua finalidade). Esse item apresenta o mais pleno grau de excelência (perfeição) e satisfação (ou felicidade) em si mesmo (ver Marcos 10:18, Lucas 18:18-19, Salmos 33:5, Salmos 119:68, Salmos 107: e; Naum 1:7). Esse atributo origina o comportamento de propagar essa satisfação (felicidade) citada anteriormente.


Do que pôde ser observado, a bondade distribui-se em 7 faces:


  1. Benevolência:

    Esse aspecto implica na bondade divina para com a sua criação, tratando-os de tal forma, com generosidade (Sl 145:9 e versículos 15-16, Salmos 36:6 e 104:21, Mateus 5:45 e 6:26, Lucas 6:35 e Atos 14:17). 

  2. Beneficência:

    Em comparação com a benevolência, a beneficência seria a parte prática, enquanto a primeira seria a teoria; uma é a intenção e a outra é a execução.

  3. Complacência:

    trata-se do consentimento (concordância) para com a beneficência. É o aspecto no próprio Deus que o faz ser de acordo com Suas Virtudes e as ações se identificam com Ele. (Salmos 35:27, Salmos 51:6, Isaías 42:1, Mateus 3:17 e Hebreus 13:16)

  4. Longanimidade/Paciência:

    Umas das línguas mater da Bíblia são o hebraico e o grego. A expressão hebraica para esse aspecto é  erek'aph e tem o significado de lento para a ira, já no grego é utilizada a expressão makrothymia que significa ira longe. Dessa forma, a paciência implica na "tolerância" de Deus aos pecadores (adiamento do merecido julgamento) (Êxodo 34:6,  Salmos 86:15,  Romanos 2:4 e 9:22, I Pedro 3:20; e II Pedro 3:15) 

  5. Misericórdia/Compaixão/Compassividade/Pi-edade/Benignidade/Clemência/Generosidade:

    Do hebraico chesed e racham, do grego eleos, implica na demonstração do atributo de Deus, que é a bondade, para aqueles que se encontram em estado calamitoso, de miséria, sem levar em conta o fato de merecimento ou não. (Deuteronômio 5:10, Salmos 57:10, Salmos 86:5, I Crônicas 16:34, II Crônicas 7:6,  Salmos 116:5, Salmos 136,  Esdras 3:11, Salmos 145:9,  Ezequiel 18:23-32, Êxodo 33:11, Lucas 6:35, Salmos 143:12 e Jó 6:14).

    Aparentemente, a misericórdia e paciência são o mesmo aspecto, entretanto, se diferem no que diz respeito como o seu alvo será visto: na primeira é um desafortunado e demonstra comiseração (compaixão) para com o homem. Na segunda o ser humano é visto como um ímpio (criminoso) e demonstra "tolerância" para com o pecado, que gerou insatisfação para com Deus (a insatisfação Divina requer punição merecida). Contudo, mesmo que haja misericórdia para com o ser humano, a pena ainda seria justamente meritória. No fim das contas, Deus está segurando a Sua Ira com uma mão e liberando misericórdia com a outra. Entretanto, no tempo oportuno, Ele abrirá mão que contém a ira, mas encolherá a mão para a misericórdia (Apocalipse 21:8).

  6. Graça:

    Bondade para com aquele que é indigno pecador (Êxodo 33:19). Diferente da misericórdia, nesse caso, a Graça concede ao pecador bênçãos que ele não merece. A única coisa que é de mérito de todos é o inferno, e é aí que a misericórdia entra, concedendo a oportunidade de não parar lá; ninguém tem o direito de ir ao Céu, aí que e entra a Graça, concedendo acesso para lá.

    Obs: Graça e misericórdia são aplicáveis apenas ao ser humano.

  7. Amor:

    É o impulso para que Deus comunique a Sua bondade, o motor desse atributo. Não provém de emoção, sim da Sua racionalidade e é totalmente espontâneo. Esse amor possui a sua fonte em Deus e por isso não depende da reciprocidade do homem ou da existência do universo para que seja autossuficiente. (1 João 4:8) Ele ama a Si mesmo e tudo que realiza, representado pelo Seu nome (Ezequiel 36:22). 
No próximo post finalizaremos o estudo sobre os atributos morais para então dar início ao estudo sobre os atributos naturais.